Vive-se atualmente um cenário de incerteza na economia que travou todo o crescimento económico e prosperidade que se fazia sentir na União Europeia até 2019.

Por um lado, a pandemia da COVID-19 veio exigir muitas adaptações e a criação de mecanismos europeus para colmatar as dificuldades das populações e das empresas; por outro, quando já se ia fazendo sentir uma propensão a uma possível recuperação, o quadro de guerra que escala na Europa veio novamente agitar os planos e abrir caminho ao que poderá ser um possível cenário de estagflação, termo que exploramos um pouco neste artigo.

O que significa estagflação?

Estagflação é um termo que resulta da aglutinação das palavras estagnação e inflação. Caracteriza-se por um cenário em que existe uma estagnação da economia, provocada pelo reduzido crescimento económico acompanhado de elevadas taxas de desemprego, em simultâneo com um aumento da inflação.

A inflação e a taxa de desemprego funcionam, em teoria, em sentidos opostos, na medida em que quando uma sobe a outra desce e vice-versa. Isto acontece porque, quando há crescimento económico, há uma melhoria na situação das empresas que lhes permite gerar mais postos de trabalho, o que reduz a taxa de desemprego e aumenta o poder de compra da população, levando a um aumento nos preços.

Ora, sendo um cenário em que o desemprego e a inflação andam no mesmo sentido, a estagflação vai em contradição com a maioria das teorias económicas, pelo que é necessário que ocorram situações anómalas para que estas andem no mesmo sentido.

O que é a inflação?

A inflação é definida como uma perda de poder de compra com os meios monetários existentes num dado período de tempo, derivada do aumento generalizado dos preços, sendo tipicamente calculada com referência ao ano.

O cálculo é feito em percentagem tendo em conta a variação de preços de um cabaz diversificado produtos e serviços que refletem as necessidades diárias da população: quando o preço médio dessa amostra sobe, isso significa uma diminuição no poder de compra.

Existe também um termo para refletir o contrário de inflação: a deflação.

Como é medido o crescimento económico?

O crescimento económico define-se como a variação positiva da quantidade produzida de bens e serviços de um ano para o outro, como medida do aumento do rendimento e do nível de vida. O crescimento económico é geralmente medido em termos do Produto Nacional Bruto (PNB) ou do Produto Interno Bruto (PIB), que são as medidas gerais do aumento da produção num país.

O crescimento da produção e consequente crescimento económico pode gerar-se de diversas formas, como o aumento de ativos (máquinas, edifícios, ferramentas) adquiridos para uso no processo de produção pelas empresas, permitindo aos trabalhadores produzirem mais em menos tempo, ou até o aumento da mão-de-obra e/ou maior formação da mesma.

Enquadramento histórico da estagflação

A expressão estagflação foi usada a primeira vez nos anos 60 por Iain Macleod, um político no Reino Unido, num discurso que abordava uma situação que envolvia inflação alta e estagnação económica ao mesmo tempo.

No entanto, o termo só ganhou verdadeiro poder nos anos 70 aquando da recessão nos Estados Unidos devido à crise nos custos do petróleo. Nesta altura, juntaram-se as três condições: não só o PIB foi negativo durante vários trimestres, estagnando a economia, como a inflação chegou a dois dígitos, ao mesmo tempo que o desemprego chegava a 9%, contrariando tudo o que era conhecido da teoria económica.

Eventos históricos têm demonstrado que a estagflação tende a surgir em tempos de choques nas cadeias de abastecimento – aumento ou redução abruptos de um bem –, que afetam a capacidade produtiva da economia, ou em situações de implementação de políticas económicas e monetárias ineficientes.

Como pode preparar a sua empresa para um cenário de estagflação?

Embora não seja certo que venha a existir um cenário de estagflação, uma vez que, apesar da elevada taxa de inflação a que se assiste, os restantes indicadores – crescimento económico e taxa de desemprego – ainda não foram exponencialmente afetados, é importante que prepare a sua empresa para imprevistos.

A melhor forma para resistir a uma recessão ou estagflação é ter a sua situação financeira o mais estável possível, sem despesas supérfluas, e ter um fundo de reserva para fazer face a imprevistos.

A propósito disso, trate de ter a sua tesouraria em dia, otimizando o seu processo de cobranças de modo a não deixar que recebimentos de clientes se acumulem, fazendo acumular pagamentos a fornecedores.

Uma vez que, num cenário de inflação, é possível que as taxas de juro sejam aumentadas, é também uma boa ideia, tendo disponibilidade, abater créditos com taxas de juro variáveis.

Por outro lado, é importante que proteja as suas compras: adiante o que pode adiantar e diversifique os seus fornecedores – pelo menos, tenha mais do que uma opção para o caso de algo não correr como esperado.

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A preparação da sua empresa para cenários de recessão e estagflação passa pela organização e previdência da sua organização. Com um software como o Jasmin, pode não evitar todos os efeitos negativos, mas pode organizar a sua empresa para qualquer futuro.

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